“Meu cabelo crespo é minha maior riqueza e identidade”
A cantora Lellê e a influenciadora Letícia Piu refletem sobre a relação entre cabelo e autoestima
omo é sua relação com seu cabelo crespo e o que ele representa na sua vida? Fizemos essa pergunta para a cantora Lellê e para a influenciadora Letícia Piu, que, depois de uma jornada de autoconhecimento e de superar padrões de beleza, passaram a amar e a reconhecer seus cabelos como parte importante de suas identidades. Em entrevista à CAPRICHO, elas também deram conselhos para outras pessoas que estão tentando conhecer melhor seus fios – e ainda revelaram como são suas rotinas de cuidados capilares.
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A relação com o crespo
“Aos 14 anos, tinha uma necessidade muito grande de alisar e pintar, porque essa era a minha referência mais próxima de cabelo bonito”, diz Lellê ao se lembrar de sua adolescência. “Claro, havia uma pressão social de padrão de beleza da época, mas a arte me trouxe para a minha identidade. Minha avó Maria José tem muito crédito nisso também. Ela era a pessoa que mais me apoiava para deixar meu cabelo da forma natural dele.”
Hoje, a cantora afirma que seu crespo é sua ‘maior riqueza e identidade‘. “Por já ter passado por vários processos com o cabelo, hoje eu consigo enxergar o valor e a beleza que ele tem. […] No meu caso, minha autoestima é quase direta ao cabelo. Tem outras circunstâncias também, mas o cabelo define muito meu estado de autoestima. Quando cuido dele, automaticamente estou cuidando de mim, do meu interior e da minha aparência.”
Letícia Piu, por sua vez, recorda a trajetória que a levou à sua transição capilar. “Quando criança, minha mãe não sabia como lidar com meu cabelo; então, decidiu cortar curtinho e, dali pra frente, usar guanidina para alisar. Eu passei pela transição aos 22 anos, grávida do meu primeiro filho, e foi um processo muito desafiador para aprender a cuidar de um cabelo que nunca tive. Nesse processo, comecei a criar conteúdo para a internet e, além de um cabelo maravilhoso, ganhei também uma profissão.”
A influenciadora, que, assim como Lellê, é integrante do squad da linha Boom da Seda, o vê hoje como ‘uma forma de expressão’. “Consigo deixar mais alto quando quero que a minha presença seja forte e notável, fazer penteados e mudar de acordo com meu mood do dia… Mas, mais do que isso, é a minha identidade porque ele é o que eu sempre deveria ter sido“, declara.
Os cuidados
Para Lellê, dormir com touca ou fronha de cetim é uma ótima dica para manter os fios hidratados. Ela também faz massagem e hidratação com frequência e seu segredo é deixá-lo secar naturalmente sempre que possível. “A secagem no tempo natural dele faz com que o cabelo fique mais bonito e hidratado”, comenta.
Já na rotina de Letícia, a regra é lavar um dia sim, um dia não, e ter cuidados com a higienização, umectação e finalização. “Os produtos me ajudam dependendo do styling que quero para o dia, inclusive com day-afters, gommages, geleias, sérum, óleo em gel…”
Um conselho para quem tem cabelo crespo
O conselho de Lellê para pessoas que ainda estão passando pelo processo de amar e entender o seu crespo é: ‘Respeite o seu tempo’. “Faça aquilo que tiver vontade, mas sempre pense no dia que você não quiser mais fazer. Ter escolhas é fundamental. Mas tenha também em mente que seu natural é o que te faz única e diferente de todas as pessoas do mundo. Valorize isso”, conclui.
“Só é possível amar aquilo que a gente conhece“, declara Letícia Piu. “Então, eu investiria em testar de tudo, finalizar muitas vezes pra entender como gosta dele, porque isso ajuda a amenizar a autossabotagem.”
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