Flavia Pavanelli sobre ataques: “Por trás da tela, existem pessoas reais”
Em depoimento exclusivo à CAPRICHO, a influenciadora desabafou sobre os comentários de ódio que recebe e porque decidiu falar sobre isso nas redes sociais
No início desta semana, Flavia Pavanelli se posicionou em suas redes sociais sobre as críticas constantes que sofre por sua aparência e pelos procedimentos estéticos que já fez. A influenciadora mostrou alguns dos comentários de ódio que recebe e levantou um debate importante sobre como esse tipo de interação pode afetar a saúde mental das pessoas que estão do outro lado da tela sendo atacadas – porque sim, existe um ser humano de verdade por trás das fotos e vídeos que são postados nos feeds.
Em depoimento exclusivo à CAPRICHO, Flavia fez um desabafo sobre como se sente em relação ao julgamento constante que acontece na internet, e compartilhou porque decidiu falar sobre tudo isso agora:
“Eu comecei na internet muito nova, com 14 anos. É normal mudarmos ao longo do tempo. Hoje, estou com 22 anos. Sempre fui muito transparente com meu público, em tudo. Posto o que eu faço, e faço para mim mesma. Desde jovem sofro ‘ataques’. Não posso dizer que estou acostumada, mas já entendi que as pessoas sempre usam do seu ponto fraco para tentar te atingir, e está na hora de isso acabar. Não só com aparência, mas com todo tipo de julgamento. Não faz sentido você diminuir o outro para que se sinta bem. O respeito é para todos e temos que aceitar o que cada um escolhe para si.
Quando exponho esses procedimentos [estéticos] que fiz ou meus problemas com acne, faço isso como uma forma de ajudar outras pessoas que se identificam com a minha situação e decidem procurar ajuda para se sentirem bem novamente. Busco trazer informações ao meu público. Por exemplo, quando removi minha micropigmentação, muitas pessoas se encorajaram a fazer o mesmo porque era algo que também as incomodava, e justamente por verem o passo a passo completo que compartilhei resolveram ir atrás para melhorar a autoestima delas de alguma forma. Isso para mim vale mais do que qualquer crítica, sempre!
Compartilhei alguns dos comentários que recebo porque acho necessário, para mostrar que essas atitudes não são legais. Ontem mesmo, o pai de uma das meninas que me atacou me chamou e disse que não sabia desse comportamento da filha, que é menor de idade. Internet não é ‘terra de ninguém’, sabe? As pessoas precisam entender que tudo tem seu peso e estão lidando com pessoas e não telas. Não expus para que elas fossem atacadas, pelo contrário, mas sim para entenderem que o que estão fazendo por aí é errado e desumano. Por trás da tela, existem pessoas reais, com sentimentos, e comentários assim podem afetar a saúde mental. Quando são críticas construtivas, acho superválido, mas existe uma grande diferença disso para o ódio gratuito, para essa cultura de cancelamento tão forte que estamos vivendo. Temos o livre arbítrio das coisas. Você não é obrigado a gostar do que eu gosto, mas precisa saber respeitar.
Outro dia li uma frase no Instagram @quebrandootabu que diz ‘cancelem a cultura do cancelamento’, e concordo 100%. Acho extremamente injusto não permitir que as pessoas cresçam e aprendam com seus erros, isso não contribui em nada. Distribuir ódio também não. Ofender menos ainda. Acho que está mais do que na hora disso mudar. As pessoas precisam entender que ódio e violência só tornam tudo pior. Precisamos distribuir mais amor.
Com certeza já fiquei triste em alguns momentos. Como falei, comecei com 14 anos, supernovinha. Eu tenho uma irmã mais nova, de 13 anos, e vejo o quanto isso afeta meninas dessa idade e adolescentes também. E, às vezes, esses são traumas que levamos para a vida toda. Até hoje tenho algumas cicatrizes de situações que vivi. Esse tipo de cancelamento não acontece só com celebridades. Pessoas anônimas sofrem bullying diariamente e, às vezes, isso causa danos irreversíveis para a vida delas. Quem faz esse tipo de ataque precisa ter consciência de seus atos, tentar se colocar do outro lado da situação e pensar: ‘E se fosse comigo? Como eu estaria reagindo?’. Nossas palavras têm muito poder e podem causar feridas marcantes na vida do outro. É preciso ter cuidado!
Para essas pessoas que têm esse tipo de atitude, desejo muito amor e luz na vida delas para que também distribuam isso por aí, para que entendam a importância da empatia e de se colocar no lugar do outro antes de ofender e, sobretudo, entendam que essas atitudes podem ferir e magoar“.