Este ano foi importantíssimo para a carreira de Lizzo! Não só no mundo da música, mas também como representante de um grupo de mulheres que por muito tempo não tiveram alguém para serem a sua porta-voz. Em entrevista à Vogue US, a cantora levantou o debate sobre como as mulheres negras têm se destacado dentro da moda e opinou que, apesar da indústria estar trabalhando para criar um ambiente mais diverso, ainda é necessário sair da teoria para pensar diversidade no dia a dia das marcas.
“A moda tem uma dívida muito grande com a cultura das mulheres negras: brincos de bambu, baby hair, grafite … A lista é longa. Não se trata apenas de ‘ok, colocamos uma garota negra em uma revista’, mas sobre colocarmos uma garota negra nos bastidores. Estamos dando empregos às pessoas? Estamos incluindo mulheres grandes e negras na conversa? Seu projeto não será menos chique porque fazemos parte, pelo contrário, será mais expansivo e impactante“, garantiu.
Lizzo reforçou que, agora, mais do que nunca, precisamos dar voz a todos e ouvir o que as pessoas tem para nos dizer, principalmente aquelas que foram silenciadas por tanto tempo. “Adorei quando Kamala [Harris] disse ‘Sou a primeira vice-presidente negra, mas definitivamente não serei a última, porque, o que represento, é a possibilidade.’ É assim que me sinto por ser a primeira negra gorda a ser capa da Vogue. Definitivamente não serei a última”.
A artista deixou claro que o problema não está em mulheres dentro do padrão, como Gisele Bündchen, Adriana Lima e Kate Moss, fazerem sucesso, mas no fato da moda excluir todos os outros corpos. “Elas são lindas, mas todas nós poderíamos estar em um desfile de moda. Acho que todas nós merecemos estar na passarela. Também quero me ver exibindo minhas pernas e coxas grossas”.
Para a capa da revista, Lizzo vestiu um look rosa do ateliê Mochino feito sob encomenda. No bate-papo, ela falou mais sobre como é a sua relação com o universo fashion. “A moda nunca esteve disponível para o meu tipo de corpo. Eu tive que ser criativa e customizar minhas peças. Já que não era feito para mim, eu precisei fazer. Era difícil encontrar roupas que servissem ou ter esses grandes designers fazendo peças especiais sob medida que se ajustassem ao meu corpo. Poder viver isso hoje é um sentimento muito bom, pois me sinto incluída, como se me dissessem ‘você pertence aqui’ – diferentemente da sensação que eu tive por muito tempo”.
Que mulher incrível, né? <3